
Alguns pais tentam de tudo para não deixarem os seus filhos tristes e/ou chateados. Não é nada fácil lidar com birras, choros, palavras e expressões faciais feias daqueles que mais gostamos e mais queremos ver felizes.
No entanto, nós adultos, recorrentemente temos de enfrentar situações em que ouvimos um “não” ou em que nem sempre somos bem-sucedidos. Em algum momento tivemos de aprender a lidar com a frustração, com a rejeição, com o erro e seguir em frente. Se esta aprendizagem tiver sido feita num ambiente seguro e desde cedo, a verdade é que seremos melhor sucedidos e não terá um impacto negativo, a nível futuro, em nós.
Assim, seremos mais conscientes de que não podemos ter tudo de imediato e que há coisas que custam mais a alcançar do que outras. Ou seja, ao dizermos “não” a uma criança, por mais que nos custe, isto traz efeitos positivos, estamos a prevenir um sofrimento maior no futuro, dando-lhe limites e ensinando-a a lidar com os mesmos.
Para além disto, o “não” potencia o desenvolvimento de outras competências como a paciência, resiliência, otimismo, planeamento, capacidade de manter a calma. Caso contrário, as crianças e jovens irão crescer sem saber como lidar com emoções negativas e, eventualmente, irão realizar muito mais comportamentos negativos e agressivos ,fruto de reações precipitadas dominadas pela emoção da raiva.
É importante ter em mente que não se deve dizer que não, sem que haja uma explicação para tal e esta explicação deve ser transmitida à criança tendo em conta a sua faixa etária. Caso esta explicação não ocorra, a criança irá ter maior dificuldade em compreender a nossa reação ou até mesmo sentir-se injustiçada. Apesar de, por vezes, não ser transmitido de forma explícita, as crianças absorvem tudo à sua volta e internalizam os valores que lhes são transmitidos pelos pais e familiares e replicam-nos na sua vida. Para além disto, pode ainda adicionar ao “não” a transmissão de caminhos alternativos para alcançarem o que pretendem, como esperar até outra data para poder ter o que pretende; pedir algo mais apropriado; juntar dinheiro da sua mesada; estudar mais ou realizar determinado comportamento com maior frequência e, desta forma, a criança aprende a ter maior perseverança e a empenhar-se para atingir os seus objetivos.
Por fim, tenha em mente que o “não”, não é para ser usado a tempo inteiro. Proibir os filhos de todas as experiências no sentido de os proteger, não contribui para o seu crescimento e desenvolvimento, só prejudica.
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