
Fazer o luto é um processo, um caminho a percorrer. Existem fases distintas que caracterizam o luto que, não sendo estanques, oscilam no tempo:
- Choque/anestesia: é protetor! Dá-nos algum tempo para lidarmos com o que vem a seguir. É uma preparação com vazio emocional “não sentimos nada”;
- Negação: “isto não está a acontecer”, sensação de pesadelo, de não ser verdade. É também protetor para mantermos o funcionamento;
- Raiva: com o mundo, com a vida, com o falecido, com Deus etc…A raiva mascara o medo e a tristeza (em que se perde a vontade). Serve para agirmos, dá motivação e energia para funcionarmos- fazer exercício físico é libertador;
- Tristeza/Depressão: diminui a força, a vontade de continuar. “cai a ficha”. Períodos mais intensos de choro (o duche é bom companheiro);
- Aceitação: a vida continua e continua-se em frente com momentos de saudades e tristeza. Os períodos são mais espaçados (diminui a frequência) e menos intensos. O papel diminui no quotidiano e não é a primeira coisa em que se pensa, mas não se esquece;
Por vezes predomina a raiva, a negação ou depressão. É importante normalizar a manifestação de choro, as emoções de tristeza ou de raiva.
Quando existem crianças envolvidas, é importante transmitir-lhes que “não faz mal estar-se triste”. Toda a gente, por vezes, está triste e é normal. Estar triste é diferente de se ser triste. Isto permite também à criança falar sobre a morte e sobre estar triste, sem sentir medo ou vergonha.
Os animais podem ter um papel importante no processo de luto: os cães libertam oxitocina quando os abraçamos, a hormona da vinculação que é libertada quando a bebé é amamentada pela mãe, dando o mesmo tipo de sensação e conforto.
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